Categoria: Hepatites

Hepatites virais: entenda as semelhanças e diferenças

Você com certeza já ouviu falar a respeito das hepatites virais. São doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado reconhecidas por cinco tipos diferentes de vírus: o vírus da hepatite A (HAV), o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV), o vírus da hepatite D ou delta (HDV) e o vírus da hepatite E (HEV).

Enquanto as hepatites A e E são transmitidas pela via oral-fecal e causam infecções agudas benignas, que passam sem a necessidade de tratamento específico, as hepatites B, C e D podem evoluir para uma hepatite crônica e silenciosa,  causando complicações como a cirrose e o carcinoma hepatocelular, ou seja, o câncer no fígado.

A prevenção é o melhor caminho para evitar que as hepatites virais façam parte da nossa vida. No caso da hepatite A, por exemplo, que é transmitida por alimentos e pelo contato pessoal, a higiene é imprescindível: lave muito bem as mãos antes e após ir ao banheiro e comer; lave os alimentos que serão consumidos crus e cozinhe bem os demais, principalmente carnes brancas e vermelhas. 

No caso das outras hepatites, que são transmitidas pelo sangue, é fundamental não compartilhar de maneira alguma objetos de uso pessoal, ou seja, barbeadores, escovas de dentes, utensílios de manicure, além de usar sempre camisinha em todas as relações sexuais e ter a certeza de que os materiais dos estúdios de tatuagens que você frequenta são todos descartáveis. 

As vacinas também tem papel fundamental na prevenção das hepatites A e B. As crianças, por exemplo, tomam a primeira dose de vacina para hepatite B já ao nascer e repetem a dose aos 2 e aos 6 meses. Já a vacina para hepatite A é aplicada quando a criança completa 1 aninho. Consulte o calendário de vacinação infantil e fique atento! No caso dos adultos são necessárias três doses de hepatite B e duas de hepatite A. Importante, no caso da vacina para hepatite B, confirmar se a imunização foi eficiente. A dosagem do anticorpo anti-HBS é um marcador essencial e deve ser feita após terminar o ciclo de vacinação da hepatite B.

É muito comum que as pessoas infectadas pelas hepatites virais não apresentem nenhum sintoma, por isso é fundamental a realização de exames de triagem periodicamente para detectar a doença precocemente. Anualmente, são indicados os exames HBsAg (hepatite B) e HCV, anti (hepatite C), além da análise da função hepática (TGO, TGP e GGT). Os exames de triagem são extremamente sensíveis, e justamente esta característica pode levar a resultados falso-positivos. Logo, quando um teste de triagem for reagente, devem ser feitos outros testes para confirmar o diagnóstico, como testes moleculares (PCR) para detectar o vírus e quantificar a carga viral. No caso da hepatite C, ainda é necessário identificar o genótipo do vírus HCV (tipo e subtipo), para definir a terapia medicamentosa que será usada.

Quer saber mais um pouco sobre os exames utilizados na triagem, diagnóstico e acompanhamento das hepatites virais? Em nosso blog temos outro texto com muitas outras informações! 

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Hepatites virais: entenda como são transmitidas e saiba se proteger

Especial | 28 de Julho – Dia Mundial de Luta contra as hepatites virais

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B e/ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem, ou seja, assumirem a forma crônica, causando danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite. O Julho Amarelo existe para alertar a população do perigo das hepatites virais!

A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite, não possuindo potencial para formas crônicas. Isso quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção. Nesse último caso, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.

TRANSMISSÃO

Os tipos A, B e C são os mais comuns. As hepatites A e E são transmitidas pela ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de pessoas doentes. Por isso que em locais com condições sanitárias adequadas a doença é rara. A hepatite A pode ser prevenida com vacina.

A transmissão da hepatite B, C e D ocorre através do contato íntimo com pessoas contaminadas (sexo) ou pela utilização de materiais contaminados, como seringas e agulhas. Além disso, a transmissão pode ocorrer de mãe para filho, durante a gestação, parto ou aleitamento (via vertical). Se você já se expôs ou foi exposto a alguma dessas formas de contágio das hepatites, é importante realizar testes sorológicos para detectar se houve ou não infecção por algum dos vírus das hepatites:

  • Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E);
  • Transmissão sanguínea: se praticou sexo desprotegido ou compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D);
  • Transmissão vertical: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (vírus B, C e D).

SINTOMAS

As hepatites agudas causam lesões no fígado de forma rápida já no início da infecção, gerando sintomas como: febre, náuseas, vômitos, urina escura (cor de “Coca-cola”), icterícia (pele e olhos amarelados), fezes esbranquiçadas, fadiga e falta de apetite. Já as hepatites virais crônicas não causam sintomas no início da infecção ou estes são tão discretos que a pessoa simplesmente não percebe. Nas formas crônicas é comum que a pessoa sinta fadiga ou sensação de peso na região do fígado (no lado direito do abdômen).

PREVENÇÃO

Para se prevenir da hepatite tipo A é fundamental ter cuidado com os alimentos e a água que você ingere. Frutas, vegetais e todos os alimentos crus podem ter sido contaminados durante a manipulação. Além disso, ostras e mariscos crus vindos de água contaminada também transmitem a doença.

A prevenção da hepatite B e D é feita através da vacinação contra a hepatite B (o vírus da hepatite D precisa da cápsula do HBV para ser transmitido), da prática do sexo seguro – com preservativo – e do não compartilhamento de agulhas, seringas e objetos de uso pessoal, como aparelhos e lâminas de barbear e depilar, escova de dente e alicate de unha. Caso faça uma tatuagem, lembre-se de verificar se os materiais usados são descartáveis. A vacinação contra a hepatite B está disponível nos postos de saúde!

DIAGNÓSTICO

A forma mais segura de diagnosticar as hepatites virais é através de testes realizados em laboratório. Os testes detectam a presença de anticorpos anti-vírus (testes sorológicos) ou pesquisam a presença do vírus no organismo, através da metodologia PCR. A indicação de cada teste depende da fase da doença, dos sintomas apresentados e do histórico de cada paciente. Hoje, para evitar a transmissão vertical e intensificar os cuidados com o bebê após o parto, durante a gravidez já são feitos de rotina os exames HBsAg e HCV, anti.

O laboratório irá investigar, também, as alterações causadas pelo vírus no fígado através da dosagem de algumas enzimas presentes no órgão: TGO, TGP e GGT, bem como também através de outros exames que podem sofrer alteração nas hepatites. Como, por exemplo, bilirrubinas e dosagem de proteínas totais e frações. Em casos mais graves há necessidade de coleta de parte do fígado para realização de biópsia, para se ter uma avaliação correta da extensão do dano hepático.

Entenda um pouco sobre os exames disponíveis para detecção das hepatites e os seus significados:

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