Você Sabe o Que é a Diabetes?

A diabetes é uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, que afeta cerca de 12 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados em 2021 pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Se você tiver alguma dúvida em relação a essa enfermidade, continue lendo esse artigo que, hoje, iremos falar um pouco sobre a diabetes!

A principal característica da doença é a presença de altos níveis de glicose no sangue, causada tanto pela não-produção, quanto pela baixa efetividade da insulina, o hormônio responsável por levar a glicose para dentro das nossas células para que esta seja usada como energia.

O pâncreas é o órgão responsável pela produção da insulina, que tem função de auxiliar no transporte da glicose que circula no sangue para o interior das células. É como se a insulina fosse uma “chave” que “abre a porta” para a glicose entrar na célula. Assim, a ausência total ou parcial da insulina, bem como na resistência à insulina, há a elevação da glicose no sangue, também chamada de glicemia, pois a glicose não consegue entrar na célula e fica “sobrando” no sangue,

Quando falamos de diabetes não falamos de uma única doença, mas sim de um grupo de doenças ligadas à baixa efetividade da insulina ou, então, da ausência total ou parcial desta no organismo.

Vamos Conhecer os Principais Tipos de Diabetes?


Diabetes tipo I

Nesse caso, o mais comum é o surgimento da diabetes ainda na infância ou na adolescência, com um forte componente autoimune, às vezes desencadeado por doenças virais ou por forte impacto emocional.

O próprio sistema imunológico ataca as células do pâncreas, fazendo com que a produção da insulina seja interrompida.

Ou seja, na diabetes tipo I, o pâncreas deixa de realizar a produção da insulina, e, dessa maneira, a glicose que vem dos alimentos não consegue entrar no interior das células, que ficam sem “combustível” para produzir energia. É a diabetes mais grave, pois se não houver reposição da insulina, os níveis glicêmicos podem chegar a valores muito altos, podendo levar ao coma e até à morte.

Para fazer a reposição do hormônio que já não é mais produzido naturalmente, a pessoa passa a ter que usar insulina injetável, para que a glicose presente no sangue consiga entrar dentro das células.

Diabetes tipo II

Nesse segundo tipo, o diagnóstico normalmente é feito em adultos com mais de 40 anos, com obesidade ou sobrepeso – principalmente os que têm acúmulo de gordura abdominal – com histórico familiar de diabetes e que consomem carboidratos em excesso. Pelo excesso de glicose ao longo dos anos, ocorre o surgimento da resistência à insulina, que já não consegue transportar a glicose para o interior da célula como antes.

Podemos imaginar que a “chave insulina” está um pouco torta e não entra direito na “fechadura” da célula, que é o receptor de insulina.

Caso não sejam tomadas atitudes rapidamente, como mudar a alimentação, fazer exercícios e, principalmente, perder peso, o pâncreas irá produzir cada vez mais insulina na tentativa de transportar a glicose do sangue para o interior da célula.

Após algum tempo, o pâncreas entra em falência – como na diabetes tipo I – e já não consegue produzir insulina. É por isso que muitas pessoas com diabetes tipo II depois de um tempo passem a ser dependentes de insulina injetável.


Diabetes gestacional

Na gestação a placenta é reponsável pela liberação de um hormônio chamado de Hormônio Lactogênio Placentário (HLP) que “bloqueia” a ação da insulina, fazendo com que o pâncreas tenha que aumentar a secreção de insulina. Os níveis do hormônio lactogênio placentário começam a se tornar significativos a partir da 25a semana de gestação, por isso essa doença é mais comum no fim da gravidez.

Também é por este motivo que o teste de tolerância oral à glicose (aquele em que a paciente toma um suco bem doce e mede a glicemia depois de uma ou duas horas) é realizado após a 25ª semana de gestação. Caso o pâncreas não seja capaz de aumentar a secreção de insulina a níveis que controlem a glicemia teremos o diabetes gestacional. A maioria das mulheres não apresenta mais o quadro de diabetes após a gestação.

Entretanto a gestação funciona como um “teste de estresse” para o pâncreas e aquelas mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um risco maior de desenvolver o diabetes quando tiverem mais idade. Se o diabetes foi diagnosticado na primeira metade da gestação é mais provável que você já tinha diabetes antes de engravidar.

Este é um tipo de diabetes mais específico, comum na gravidez de mulheres obesas, podendo ou não persistir após o parto. A placenta produz o hormônio lactogênio placentário (HPL), que consegue inibir parcialmente a função da insulina. Este bloqueio parcial da insulina vem de uma necessidade muito importante: sobrar glicose no sangue da mamãe para que esta seja levada para o feto utilizar no seu desenvolvimento, é necessário que haja mais glicemia circulante no sangue da gestante para garantir os níveis de energia da mãe e do feto.

O HPL é produzido a partir da quarta semana de gravidez e sua concentração aumenta consideravelmente ao final da gestação, já que o feto está maior e precisa de mais glicose. Os níveis do HPL começam a se tornar significativos a partir do sexto mês de gestação, por isso essa doença é mais comum último trimestre da gestação.

Também é por este motivo que o teste de tolerância oral à glicose (aquele em que a paciente toma uma solução de dextrosol (uma solução muito doce) e mede a glicemia em jejum e depois de uma e duas horas) é realizado após a 25ª semana de gestação. Caso o pâncreas não seja capaz de aumentar a secreção de insulina a níveis que controlem a carga de glicose presente na solução de dextrosol, é indicativo de diabetes gestacional, que exige um acompanhamento mais minucioso da gestação.

A maioria das mulheres não apresenta mais o quadro de diabetes após a gestação. Entretanto a gestação funciona como um “teste de estresse” para o pâncreas e aquelas mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um risco aumentado de desenvolver o diabetes tipo II no futuro. Se o diabetes foi diagnosticado na primeira metade da gestação, quando a ação do HPL tem pouca interferência na concentração da glicemia, é mais provável que a gestante já era diabética antes de engravidar.

Diagnóstico e monitoramento

Independente do tipo de diabetes, o diagnóstico pode ser feito através do exame de sangue com jejum de 8 horas, cujo resultado deve ser confirmado em outra dosagem de glicose feita em dia diferente:

– Glicemia em jejum normal: Até 99 mg/dL em jejum

– Glicemia de jejum alterada: De 100 a 125 mg/dL em jejum

– Diabetes: glicemia superior a 126 mg/dL em jejum ou superior a 200 mg/dL sem jejum

A glicemia de jejum alterada equivale a um estado pré-diabético e faz com que a atenção deva ser redobrada. Já no caso do diagnóstico da diabetes, são recomendados tanto o acompanhamento da glicemia em jejum, quanto a dosagem trimestral da hemoglobina glicada, capaz de detectar a eficácia do tratamento em controlar a glicemia e usada para verificar se o diabético está seguindo o tratamento de maneira correta, uma vez que o excesso de glicose se liga às hemácias de forma irreversível.

Prevenção

A melhor maneira de lidar com a diabetes é prevenindo-a e, para isso, existe uma série de hábitos que podem ajudar na prevenção da diabetes, bem como de diversas outras doenças. São eles:

1. Ter uma alimentação equilibrada e rica em fibras, vitaminas e sais minerais, como verduras, legumes e frutas;

2. Optar por fontes de proteínas magras, como aves, peixes e carne vermelha com pouca gordura, além de evitar o consumo excessivo de carboidratos processados, como farinha branca, doces e refrigerantes;

3. Comer devagar e mastigar direito todos os alimentos. Sabe-se que comer muito rápido aumenta o risco de diabetes em até 2,5 vezes;

4. Evitar o sedentarismo e fazer exercícios físicos regularmente. O indicado são pelo menos 60 minutos de atividade física por dia, todos os dias;

5. Dormir de 7 a 8 horas por dia. Estudos indicam que a privação de sono, assim como a diminuição na tolerância à glicose, pode ser relacionada ao aumento da resistência à insulina e ao favorecimento da obesidade;

6. Mantenha distância de bebidas alcoólicas e do cigarro;

7. Faça avaliações médicas de maneira frequente, bem como check-up anual, sempre incluindo a glicemia de jejum nos exames realizados

O diabetes é uma doença silenciosa, o que significa que ela pode não apresentar sintomas ao longo de seu desdobramento. A longo prazo o diabetes provoca lesões nos rins e nos olhos, podendo levar à cegueira e a à insuficiência renal.

O check-up tem papel fundamental, uma vez que pode identificar quando o nível de glicose no sangue já está elevado (pré-diabetes), mesmo sem caracterizar a instalação da diabetes propriamente dita. E se você tiver familiares diabéticos, redobre o cuidado: meça sua glicemia de jejum de seis em seis meses. Assim, você garante o controle do diabetes e até a sua reversão, dependendo do tipo apresentado, apenas com mudanças de hábitos.

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