Todos os anos, as vacinas impedem cerca de 2 a 3 milhões de mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde o ano passado pessoas do mundo inteiro estão ansiosas pela vacinação da covid-19.
Atualmente, temos quatro vacinas em teste no Brasil. Entretanto, vale reforçar que isso não significa que as máscaras poderão ir para o lixo tão cedo. Cientistas alertam que o uso de máscaras e os cuidados, já amplamente divulgados, devem continuar!
Imagem: mapa de vacinas em teste no Brasil: Ministério da Saúde
Essas quatro vacinas foram autorizadas pela Anvisa para desenvolvimento no país, após avaliação das condições de resposta às necessidades regulatórias, no caso de eventual registro no futuro, e à segurança dos participantes envolvidos. Vale ressaltar que, quando o desenvolvimento clínico de uma vacina é inteiramente conduzido no exterior, não há a obrigatoriedade da anuência prévia, por parte da Anvisa, aos estudos clínicos. Porém, o registro permanece sendo necessário.
No quadro apresentado, é possível observar que algumas das vacinas preveem transferência de tecnologia. Essa questão é importante para que a produção da vacina seja completamente internalizada e se torne nacional. Ou seja, a transferência de tecnologia está diretamente relacionada à autossuficiência do país na produção da vacina.
Os pesquisadores estão recorrendo a várias tecnologias, algumas delas nunca usadas anteriormente em vacinas. Todas as vacinas, porém, expõem o indivíduo a um antígeno (substância que, uma vez introduzida no organismo, é capaz de deflagrar a produção de anticorpo específico). Embora esse antígeno não cause a doença, ele provoca uma resposta imune que pode bloquear ou matar o vírus quando o indivíduo é exposto a ele.
A anuência dos estudos clínicos realizados no Brasil está condicionada a quatro aspectos principais: (1) dados de segurança; (2) delineamento do estudo proposto; (3) dados de produção e controle de qualidade; e (4) boas práticas clínicas. Os dados de segurança já devem ter sido gerados em estudos anteriores, para garantir a segurança da respectiva vacina, e são checados pela equipe responsável pelas análises. O delineamento do estudo avalia a robustez científica (quantidade de voluntários e faixa etária a ser estudada, abordagem estatística, parâmetros que garantam resultados de eficácia e segurança, entre outros).
Os dados de produção e controle de qualidade visam identificar as características de qualidade da vacina em estudo, por exemplo, as condições técnico-operacionais do local de fabricação. Já as boas práticas clínicas tratam de assegurar a confiabilidade do estudo, ou seja, verificam questões como a experiência dos centros de pesquisa executores e as condições no sentido de garantir a geração de resultados rastreáveis e confiáveis, além das ações a serem adotadas para monitorar a execução do estudo.
Para avaliação das propostas de estudo, e eventual registro de vacinas contra a Covid-19, foi instituído um comitê de especialistas composto por 10 profissionais rotativos. Dessa forma, as responsabilidades são compartilhadas e as decisões podem ser tomadas com mais segurança. Essa equipe multidisciplinar – formada por farmacêuticos, médicos, biólogos e estatísticos – avalia os quatro aspectos de forma minuciosa e, ao mesmo tempo, célere. Para se ter uma ideia da qualidade do corpo técnico desse comitê, todos os profissionais que fazem essas análises têm, no mínimo, 10 anos de experiência na avaliação de protocolos de estudo e registro de vacinas.
Depois que o estudo é anuído, ou seja, após receber a autorização para desenvolvimento, a Anvisa monitora seu progresso e os resultados gerados. Isso é feito a partir de trocas de informações e comunicação frequente com os pesquisadores e patrocinadores do estudo. Esse acompanhamento permite, por exemplo, que a Anvisa interrompa um estudo em casos de eventos adversos graves. E o trabalho da Anvisa não para por aí. Mesmo depois do registro de uma vacina, a área de farmacovigilância da Agência recebe e trata os dados relacionados ao desempenho da vacina. Fonte: Ministério da Saúde.
Como a vacinação protegerá a população?
Quando um número suficiente de pessoas é vacinada são criados diversos escudos invisíveis que interrompem a cadeia de transmissão patógeno (vírus da Covid-19), protegendo indiretamente amigos e familiares vulneráveis. Isso é chamado às vezes de imunidade de grupo ou imunidade de rebanho.
Acontece que até que tenhamos vacina suficiente para ir além da vacinação de grupos de risco contra a covid-19 e atingir uma grande proporção da população, segundo os cientistas, o distanciamento social não chegará ao fim. Atualmente, o plano global de imunização indica que aqueles que correm mais risco e os profissionais de saúde receberão primeiro o número limitado de doses de vacina disponíveis.
Enquanto aguardamos é imprescindível não relaxar com a higiene das mãos, distanciamento social e higiene da casa, como limpeza de superfícies, sapatos e roupas que vem da rua, além das embalagens e produtos comprados em supermercados.
Todos juntos contra a covid-19!
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